Continua sem solução o diferendo entre os trabalhadores do consulado e o Governo da República
Parece não ter fim o diferendo que opõe o Estado português e os trabalhadores do consulado geral de Portugal em Londres. Uma greve foi anunciada, a partir de 9 de Agosto, e em sequência da comunicação os trabalhadores souberam, através da hierarquia consular, que o secretário deEstado das Comunidades responderá com despedimentos.
Há já vários meses que os trabalhadores, cerca de vinte, reivindicam do Estado português o pagamento dos descontos para a segurança social, o recibo de vencimento e a devida retenção de impostos, direitos que não usufruem apesar de alguns exercerem funções há anos no consulado.
Perante a ameaça de despedimento, os trabalhadores respondem que apenas defendem a reposição da legalidade, afirmam acreditar na democracia portuguesa e que o Estado não irá desrespeitar a lei da greve.
Os contratos de trabalho a termo certo são renovados durante anos sem que os funcionários consulares sejam colocados no quadro, quando estes constituem a maioria dos trabalhadores, dezanove num total de vinte e oito.
Segundo o grupo de trabalhadores, a questão da segurança social é grave por configurar fraude, e o secretário de Estado das Comunidades, António Braga, está a par das reivindicações há mais de um ano.
Em Abril António Braga reuniu-se com representantes dos trabalhadores contratados e comprometeu-se a enviar, entre Junho e Julho, uma proposta de resolução que ainda não foi recebida.
Os funcionários consulares não aceitam estarem colocados na mais baixa categoria profissional da carreira técnica, e receber um salário 40 por cento inferior ao dos seus colegas na mesma categoria, com vínculo permanente.
A greve irá afectar a comunidade madeirense, num mês em que milhares regressam à Região para as tradicionais férias de Verão.
Rubina Vieira, Correspondente em Londres
DN-Madeira, 06/08/2006